Gabriel Kuhn: Um Crime que Chocou o Brasil
Em 23 de julho de 2007, um crime bárbaro entrou para a história de Santa Catarina como um dos mais chocantes já registrados: o assassinato de Gabriel Kuhn. O caso, envolvendo Daniel Petry, um suposto amigo da vítima, ganhou repercussão nacional por sua brutalidade e pelas circunstâncias que o cercaram.
Confira os detalhes surpreendentes desse crime, desde o perfil dos envolvidos até o desfecho judicial, sempre com o devido cuidado para tratar o tema com respeito às vítimas e suas famílias.
Quem eram Daniel Petry e Gabriel Kuhn?
Daniel Felipe Petry nasceu em 1991, em Blumenau, Santa Catarina. Desde cedo, demonstrava um comportamento agressivo e imprevisível. Segundo relatos, reagia com violência a qualquer provocação. Seus pais buscaram tratamento psiquiátrico para ele, mas Daniel frequentemente abandonava as terapias. Passava a maior parte do tempo em casa, assistindo televisão e jogando videogames online.
Gabriel Kuhn, nascido em 1995 na mesma cidade, era conhecido por ser educado e dedicado aos estudos. Apesar da diferença de idade, Gabriel e Daniel eram vizinhos e mantinham uma amizade que incluía brincadeiras e jogos online, especialmente o jogo Tibia, um RPG popular na época.
Os pais de Gabriel, embora cientes do comportamento problemático de Daniel, não impediram a amizade, já que não havia registro de conflitos entre os dois até então.
O crime
No dia 23 de julho de 2007, os pais de Gabriel estavam fora de casa, e ele estava sozinho. Nesse dia, uma dívida no jogo Tibia teria gerado um conflito mortal. Gabriel havia pedido a Daniel um empréstimo de créditos virtuais para adquirir itens no jogo, mas, segundo relatos, não conseguiu devolver os 20 mil créditos prometidos. Irritado, Daniel foi até a casa de Gabriel para cobrar a dívida.
Ao ser recebido, Daniel empurrou a porta, jogou Gabriel no chão e começou uma sequência de violência brutal. Há controvérsias sobre os detalhes que se seguiram, mas, segundo a polícia, evidências apontam que Gabriel foi vítima de abuso sexual antes de ser assassinado, embora Daniel tenha negado essa acusação durante seu depoimento.
Após a agressão inicial, Daniel estrangulou Gabriel até que ele perdesse a consciência. Em seguida, utilizou uma faca e uma serra para mutilar o corpo, cortando as pernas de Gabriel enquanto ele ainda estava vivo, conforme constatado pela necropsia.
Daniel tentou esconder o corpo, mas, devido ao peso, abandonou-o na entrada da casa. O irmão mais novo de Gabriel foi quem encontrou o cadáver e alertou os vizinhos, que chamaram a polícia.
A investigação e o julgamento
A polícia rapidamente identificou Daniel como o autor do crime, com base em evidências na cena e registros de mensagens trocadas entre os dois. Preso em casa, Daniel confessou o assassinato, mas negou ter cometido abuso sexual, alegando não ser homossexual. Apesar disso, laudos periciais confirmaram que o crime incluiu violência sexual.
Daniel foi julgado como menor de idade, recebendo a sentença máxima prevista pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): três anos de internação em um centro para jovens infratores. O caso chocou o Brasil, com fotos do crime vazando na internet, o que gerou um debate sobre a exposição e a cobertura de crimes envolvendo menores.
Onde está Daniel Petry hoje?
Após cumprir sua pena, Daniel Petry desapareceu da vida pública. O processo correu em segredo de justiça, e não há informações sobre seu paradeiro ou estado atual. As poucas imagens disponíveis do caso são das vítimas e de Daniel na época do crime, o que contribui para o mistério em torno de sua vida adulta.
Reflexões sobre o caso
O caso Gabriel Kuhn continua sendo um dos crimes brasileiros mais lembrados por sua brutalidade e pelas questões que levanta sobre violência juvenil, saúde mental e o impacto dos jogos online. Ele também evidencia a importância de discutir formas de prevenção e tratamento para jovens em situação de risco, para evitar tragédias como essa no futuro.