Barbárie de Queimadas
A “Barbárie de Queimadas” foi um crime brutal ocorrido no dia 12 de fevereiro de 2012, na cidade de Queimadas, Paraíba, Brasil. Durante uma festa de aniversário, um grupo de homens planejou e executou um estupro coletivo de cinco mulheres, que resultou na morte de duas das vítimas.
O que aconteceu na festa?
De acordo com as investigações, as amigas Isabela Pajuçara Frazão Monteiro, 27 anos e Michelle Domingues da Silva, com 29 anos, foram convidadas para uma festa de aniversário, além de outras amigas em comum, incluindo Priscila, a irmã de Isabela.
A festa teria sido organizada por Eduardo, namorado de uma das amigas das jovens, em comemoração ao aniversário do seu irmão mais novo, Luciano.
De acordo com relatos de testemunhas, a celebração ocorreu na residência dos irmãos Eduardo e Luciano. No entanto, Priscila e Michelle, que já haviam participado de outras festas no mesmo local anteriormente, notaram algumas circunstâncias incomuns. Observaram que, ao contrário das festas anteriores, o portão estava trancado naquela noite, embora costumeiramente permaneça aberto durante os eventos. Além disso, chamou a atenção das jovens o fato de Eduardo oferecer bebidas alcoólicas constantemente aos convidados, mas ele próprio optou por ingerir apenas refrigerante naquela ocasião, algo atípico.
Mesmo com estes fatos estranhos, a festa seguiu normalmente com som alto e os convidados animados, até que em certo momento um grupo com quatro homens mascarados invadiram o local e anunciaram um suposto assalto.
Priscila, que já estava desconfiada da festa, percebeu que havia algo diferente naquele assalto, já que os assaltantes não agrediram os homens da festa, somente as mulheres.
Durante o assalto, os criminosos pediram que os homens da festa amarrassem as mulheres, usando enforca gato e as vendassem com pedaços de pano. Nesse momento, a energia da casa foi cortada, porém os assaltantes deixaram o som ligado e aumentaram o volume, a fim de evitar que os vizinhos ouvissem os gritos das vítimas.
Cinco das setes mulheres que estavam na festa, foram levadas para quartos da casa, onde foram violentadas sexualmente, além de sofrerem agressões físicas e psicológicas, bem como ameaças o tempo todo.
Enquanto sofria abusos, Priscila ouviu a voz de sua irmã Isabela vindo do quarto ao lado, suplicando a Eduardo que parasse. Foi nesse momento que ela percebeu que os proprietários da casa estavam envolvidos no crime. Em um instante angustiante, enquanto era vítima de abuso, Priscila conseguiu olhar através da venda e identificar que o agressor era Luciano.
Ao perceber que foi reconhecido ele começou a ameaçá-la, falando que se ela contasse qualquer coisa para alguém ele iria matá-la.
Após vivenciar horas de terror dentro da residência, os agressores finalmente se retiram do local. Priscila, cheia de apreensão, sai do quarto em busca de sua irmã. Ela se depara com Eduardo, que informa que os criminosos fugiram levando Michelle e sua irmã Isabela além do dinheiro que estava na residência.
Pouco tempo depois, Priscila recebe a informação que sua irmã e a amiga Michelle foram executadas pelos criminosos.
Quem são as vítimas da Barbárie de Queimadas?
Na fatídica noite do crime, um total de cinco mulheres, com idades entre 20 e 29 anos, foram vítimas dessa terrível violência. Todas elas sofreram abusos, torturas e foram mantidas como reféns. Infelizmente, entre essas vítimas estavam as amigas Isabela Pajuçara Frazão Monteiro, de 27 anos, e Michelle Domingues da Silva, de 29 anos, que tiveram suas vidas brutalmente interrompidas após os crimes, pois foram reconhecidas pelos autores. A tragédia se estendeu ainda mais com a perda dessas jovens que encontraram um destino trágico por terem cruzado o caminho dos criminosos.
Quem são os acusados pelos crimes?
Após investigações, Eduardo foi apontado como mentor do crime, além dele e o seu irmão Luciano, outros 8 homens estão envolvidos no crime, todos eram amigos, sendo 3 menores de idade na época.
Em 2014, Eduardo foi a Júri popular e os outros homens pegaram penas entre 26 e 44 anos fora os três menores de idade que passaram por medidas socioeducativas no interior da Paraíba.
Eduardo foi condenado por dois homicídios, formação de quadrilha, carcere privado, corrupção de menores, porte ilegal de arma e 5 estupros isso me deu uma pena de 108 anos de reclusão.
Em 2020 um dos homens que foi condenado a 30 anos de prisão, estava em liberdade condicional e foi executado com vários tiros por vingança pelo crime.
Um dos membros do grupo, que na época era menor de idade, decidiu revelar tudo o que sabia. Segundo seu depoimento, o plano inicial organizado por Eduardo era abusar das mulheres. No entanto, a situação fugiu do controle quando Michelle e Isabela conseguiram reconhecer os agressores após lutar bravamente e remover as vendas. Após esse reconhecimento, Eduardo ordenou aos demais homens que colocassem Michelle e Isabela na caçamba da picape.
No meio do caminho Michelle conseguiu pular da picape e se jogar no chão, porém um pedestre que passava na rua avisou o motorista. Eduardo então deu ré com a picape e efetuou quatro disparos contra a Michelle dois atingiram a sua cabeça e a mataram na hora o carro então seguiu em alta velocidade e depois de alguns metros eles executaram a Isabela com três tiros na genitais.
No final de 2020, Eduardo, que estava cumprindo pena em uma prisão de segurança máxima, conseguiu escapar e permanece foragido até os dias de hoje.
Feminicídio no Brasil
A Barbárie de Queimadas, foi um casos brasileiros mais chocante de feminicídio no país e recebeu grande cobertura da mídia na época.
O feminicídio é uma triste realidade no Brasil, representando uma das mais graves violações aos direitos das mulheres. É um crime motivado pelo gênero, refletindo a desigualdade e a cultura machista enraizada na sociedade. A cada dia, mulheres são vítimas de violência extrema e perdem suas vidas simplesmente por serem mulheres.
Os números alarmantes revelam a urgência de se combater esse problema. Estatísticas apontam que o Brasil registra altos índices de feminicídio, com milhares de casos ocorrendo anualmente. São histórias interrompidas, sonhos desfeitos e famílias devastadas pela violência de gênero.