Casos Brasileiros

Caso Beatriz Angélica

Beatriz Angélica Mota Ferreira da Silva, uma criança de apenas sete anos, foi vítima de um crime brutal que chocou o Brasil. Sua história, marcada por tragédia e mistério, continua sem julgamento até os dias de hoje. 

Beatriz Angélica de apenas 7 anos sorrindo
Foto: Arquivo Pessoal

Conheça o triste caso da menina encontrada morta após a cerimônia de formatura da sua irmã, no colégio em que também estudava.

Quem era Beatriz Angélica?

Beatriz Angélica nasceu em 11 de fevereiro de 2008, em Juazeiro, Bahia. Ela era a filha mais nova do professor Sandro Romilton e da deputada Maria Lúcia Mota, que também tinham outros filhos além de Beatriz. Sua irmã mais velha, Samira Angélica, e seu irmão do meio, Leandro, formavam uma família unida e amorosa. Eles residiam em uma área rural de Juazeiro, onde desfrutavam de momentos felizes brincando juntos.

Desde pequena, Beatriz demonstrava ser uma criança carinhosa e afetuosa, que não gostava de estar sozinha. Seu sonho era se tornar veterinária para cuidar dos animais. Beatriz e seus irmãos frequentavam o Colégio Católico Nossa Senhora Auxiliadora, localizado em Petrolina, Pernambuco, cidade vizinha à sua residência.

Uma Noite Trágica

No dia 10 de dezembro de 2015, Beatriz acompanhou sua família à formatura de sua irmã mais velha, Samira Angélica, no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, Pernambuco. O evento, conhecido como “Aula da Saudade”, reuniu aproximadamente 3.000 pessoas na quadra da escola. Durante a festa, Beatriz pediu permissão à sua mãe para ir beber água em um bebedouro próximo à quadra. Infelizmente, ela nunca retornou. 

O Desaparecimento e o Crime

Preocupada com a demora de Beatriz, sua mãe alertou seu pai, Sandro Romilton, que estava presente no evento. Durante o evento, os pais da menina chegaram a ir no palco onde acontecia a formatura para chamar pela menina, mas sem sucesso, ninguém tinha informação sobre onde estaria a pequena Bia. 

Uma busca frenética foi iniciada, mas infelizmente Beatriz foi encontrada morta atrás de um armário em uma sala desativada da escola. Ela havia sido brutalmente assassinada com 42 facadas. A investigação revelou que o crime ocorreu após as 21h50, enquanto Beatriz estava sozinha no bebedouro.

As Investigações e os Suspeitos

A polícia conduziu uma extensa investigação, ouvindo testemunhas e realizando perícias. Imagens de câmeras de segurança mostraram um suspeito transitando pela área do crime. Vários indivíduos foram apontados como suspeitos, incluindo funcionários da escola, mas até o momento ninguém foi preso.

Ao longo dos anos, houve avanços e reviravoltas na investigação. Retratos falados foram divulgados, e suspeitos foram identificados e interrogados. No entanto, a falta de provas conclusivas e o mistério em torno da motivação do crime dificultaram a resolução do caso.

O Apelo da Família

Os pais de Beatriz têm lutado incansavelmente por justiça. Eles lançaram uma campanha online para arrecadar fundos para uma investigação paralela, na esperança de encontrar respostas que a polícia ainda não conseguiu fornecer. Além disso, pediram a colaboração da comunidade, solicitando qualquer informação ou evidência que possa ajudar a esclarecer o crime.

Identidade do suspeito revelada após 6 anos do crime

Somente após 6 anos do assassinato da menina Beatriz, a investigação chegou até o assassino, Marcelo da Silva, de 40 anos. Marcelo era um morador de rua e que após cometer outros crimes foi preso pela polícia. Um elemento crucial para desvendar o caso foi a faca utilizada no crime. Os peritos recolheram amostras de DNA do cabo da arma, encontrada no local do homicídio. Por meio dessa análise, foi possível fazer uma comparação com o perfil genético do assassino.

Como a polícia identificou o Marcelo?

Conforme relatado pela TV Globo, o DNA identificado na faca foi confrontado com o material genético de 124 indivíduos suspeitos ao longo dos seis anos de investigação. Todas essas amostras foram recolhidas pelos peritos do Instituto de Genética Forense Eduardo Campos desde 2015. A perícia concluiu que nenhuma delas tinha relação com o crime.

Durante a primeira semana de janeiro de 2022, os dados obtidos pelos peritos a partir da faca usada no crime foram refinados, permitindo assim a inclusão do perfil genético do assassino no Banco Estadual de Perfis Genéticos da Polícia Científica.

Com isso, ocorreu uma análise cruzada de informações em um programa de computador que abrange 14 mil registros de indivíduos que estão ou estiveram sob custódia do sistema prisional de Pernambuco. O resultado indicou que o responsável pelo assassinato de Beatriz Angélica é Marcelo da Silva, de acordo com as autoridades policiais.

Naquela mesma semana, a polícia realizou uma nova coleta de material genético de Marcelo e procedeu com a reanálise dos dados, chegando à mesma conclusão. O relatório pericial revela que o perfil genético obtido a partir da amostra é compatível com o DNA da menina e do suspeito.

A família ainda aguarda o Julgamento

Em dezembro de 2023, após decisão da juíza Elane Brandão Ribeiro, titular da Comarca de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, Marcelo da Silva irá a júri popular, acusado pelo assassinato da menina Beatriz Angélica. O julgamento ainda não tem data definida.

Marcelo continua preso e a juíza Elane Brandão Ribeiro negou que o acusado fosse solto sob o argumento de que é necessário “assegurar a ordem pública, considerando a gravidade concreta da ação, já evidenciada no decreto preventivo e nos próprios autos”.

O caso de Beatriz é um chocante caso brasileiro e um lembrete angustiante da violência que assola nossa sociedade e da importância de se buscar justiça para as vítimas e suas famílias. Que sua história não seja esquecida e que sua memória continue a inspirar esforços para um mundo mais seguro e justo.

O Instagram oficial do caso é o @caso_batriz, lá você encontra mais informações sobre o caso e o link da vakinha online que a família criou para arrecadar fundos para a investigação particular.

Fonte: Matérias da TV Globo, G1, Diário de Pernambuco, BBC.